Fios e tecidos estão no dia a dia dos profissionais que hoje celebram o Dia do Técnico Têxtil. Eles têm a habilidade de atuar desde a fase de aquisição da matéria-prima até o processo de controle de qualidade da produção têxtil. Também trabalham na etapa de fiação e no beneficiamento, controlando operações de elaboração de misturas, tingimento, impermeabilização ou estampas. Sob a supervisão de engenheiros, os técnicos têxteis ocupam cargos em estamparias e tinturarias e no fornecimento de artigos químicos para os setores têxtil e de confecções, participando das etapas da cadeia produtiva, como fiação, tecelagem, acabamento, malharia e confecção.
No mercado brasileiro, a procura por técnicos têxteis tem sido grande. “As indústrias buscam profissionais qualificados, inovadores e com alto desenvolvimento”, comenta o coordenador da Escola Senai Francisco Matarazzo em São Paulo, técnico têxtil Paulo Sérgio Salvi. Mas para ingressar no mercado ou até mesmo se firmar profissionalmente, esse trabalhador deve estar atento às demandas da indústria. “O técnico precisa ter muita iniciativa, criatividade para inovar e para fugir do comum e, acima de tudo, precisa ter espírito constante de pesquisa”, recomenda.
Buscar especialização com foco nas tendências do mercado consumidor também é fundamental para quem quer despontar na carreira. “Tem que se especializar em tecnologias, como estamparia digital e fios inteligentes, que hoje estão em alta. É importante conhecer processos limpos capazes de reduzir o uso de água na produção ou que utilizam corantes naturais. Existe um nicho de mercado que demanda esses produtos ecologicamente corretos”, afirma Paulo Sérgio.
Proteção do mercado nacional – Atualmente o mercado brasileiro esbarra num obstáculo que vem de fora, como alerta o presidente da Associação Brasileira de Técnicos Têxteis (ABTT), Reinaldo Rozzatti. “O produto asiático tem preço menor enquanto a produção nacional tem um alto custo”, pontua Rozzatti referindo-se à entrada no Brasil de produtos estrangeiros, em especial os de origem chinesa. Para ele, essa situação poderia ser equilibrada a partir de ações governamentais. “A solução seria o governo tratar os produtos brasileiro e estrangeiro com isonomia, exigindo desses últimos todos os certificados e análises que atualmente são exigidos na produção nacional. É necessária uma fiscalização mais efetiva na entrada do produto estrangeiro no país”, sugere o presidente da ABTT.
Também atenta a essa situação, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) protocolou no último dia 23 de agosto, no Departamento de Defesa Comercial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a Petição de Salvaguarda para Vestuário, que objetiva aumentar temporariamente a proteção à indústria doméstica que esteja sofrendo prejuízo decorrente do aumento de importações. A proposta é garantir o fortalecimento da indústria estimulando sua competitividade. A ação foi motivada pelo aumento de 240% na importação de vestuário no período entre 2007 e 2011. Somente em 2011, o crescimento foi de 42%, se comparado a 2010. Esse fato é explicado pela crise mundial que provocou queda das importações de vestuário dos principais mercados compradores do mundo, como Estados Unidos e União Europeia. Com isso, o excedente de produção da Ásia passou a ser escoado para o mercado brasileiro. A partir desse Pedido de Salvaguarda, espera-se que o governo dê início a investigações e julgue se o processo é válido.
Julianna Curado
Equipe de Comunicação do Confea
Com informações do Senai e da Abit
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