16 de maio de 2019.
Normas
A responsabilidade dos profissionais de engenharia de segurança do trabalho foi lembrada pelo conselheiro federal eng. agr. Annibal Margon. Coordenador da Comissão de Ética e Exercício Profissional (Ceep), ele lembrou que o Confea tem mantido uma interação maior com os parlamentares e com os ministérios. Já o conselheiro federal eng. mec e seg. trab. Ronald Monte corroborou com as palavras do vice-presidente, Edson Delgado, manifestando a importância de a reunião ser realizada em Brasília “porque aqui podemos ter algumas respostas imediatas para algumas dúvidas e demandas de vocês”, disse.
“Vamos fazer um pedido para que pessoas da área técnica componham a organização das mudanças das normas de segurança”, disse a coordenadora Luciana Macedo, informando a respeito da possibilidade de uma ação parlamentar ser realizada nesta quinta (16). “Estamos aqui reunidos para formularmos questões de acordo com a pauta apresentada pelo plenário, como órgãos assessores do plenário. Essa pauta definida pelo plenário é a pauta principal, embora tenhamos 300 itens que gostaríamos de discutir e vamos buscar espaço para algumas discussões que afetam o âmago das nossas atividades”, comentou o coordenador adjunto Jaques Sherique.
Para o coordenador da CCEEST do Crea-RO, Ailton Pacheco Dias, a expectativa do governo inibe a proteção ao trabalhador. “A gente não vê com bons olhos essa tendência de enfraquecer a Engenharia de Segurança, enfraquecendo também os órgãos de controle. Com o fim do ministério do Trabalho e Emprego, com quem o Sistema sempre trabalhou de maneira conjunta, houve uma interferência no controle, o que enfraquece a proteção e saúde do trabalhador”.
Ailton acrescenta que quem pratica a engenharia de segurança não está representado nessa discussão, como no debate da NR nº 1, em processo de consulta pública. “As nossas normas precisam ser atualizadas, mas não precisam ser extintas pelo governo. De 2012 a 2013, apenas com os trabalhadores da iniciativa privada, foram 57 bilhões pagos de indenização por acidente de trabalho (morte, invalidez permanente e invalidez temporária). Essa é uma economia que expõe o trabalhador ao risco, o que tende a aumentar os danos e também os gastos sociais, mesmo com o corte na legislação, porque a tendência é que o número de acidentes de trabalho, que já são bastante altos, cresça ainda mais”.
A discussão da nova Nova NR exclui as MEIs e 80% das empresas, segundo Jaques Sherique. “Vai ficar a critério de quem definir quem tem risco químico, físico ou biológico? A gente tem que trabalhar na agenda parlamentar e na consulta pública às nossas entidades quanto a essa NR1 que quer excluir das empresas a exigência do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais e de outros programas”, considerou Sherique. “A proposta da nova NR1 possibilitou incluir o serviço público, o que já é um avanço, pois antes ela abrangia só os celetistas. Acredito que a forma de solucionar essa questão seja exigir que um profissional legalmente habilitado faça esse ateste”, pondera o coordenador do Crea-GO, Milton Alves Ribeiro.
ART Múltipla
Paulo Roberto de Oliveira considera que a ART múltipla permite abrir para serviços variados. “Hoje, a ART Múltipla não está sendo utilizada, com raras exceções”, disse, relacionando as atividades de rotina, aplicáveis a praticamente todas as NRs. “Esse é um rol que estamos colocando em discussão para que esse assunto seja deliberado pelo Confea, barateando o acesso dos profissionais e evitando a atuação de profissionais não habilitados. Precisamos uniformizar isso. Por isso o Confea elegeu como prioridade a revisão das nossas atividades de rotina”, disse, recebendo o apoio de alguns coordenadores.
Acobertamento
Como se tornou corriqueiro nas primeiras reuniões ordinárias das demais coordenadorias nacionais, conforme a orientação do plano estabelecido pelo Confea, a CCEEST também apresentou seu primeiro levantamento de processos por infração ao disposto na alínea “c” do art. 6º da Lei 5.194/66, em torno da prática conhecida como “acobertamento”.
Para Jaques Sherique, a ausência de um manual de fiscalização unificado interfere nesses resultados. “Não se sabe como fiscalizar e os dados não aparecem”, considerou.
“A DN 111/2017 define o acobertamento como o uso indevido do nome do profissional quando este se apresenta como responsável técnico sem participar efetivamente dos trabalhos”, lembrou a coordenadora Luciana Macedo. Segundo ela, alguns casos que poderiam ser enquadrados por acobertamento acabam sendo caracterizados dentro do Código de Ética. “Precisamos agir em relação ao registro profissional, mostrando o que estamos fazendo em relação às atitudes dos profissionais para que a gente fiscalize os processos por acobertamento. Inclusive, amanhã, no debate sobre o manual de fiscalização, poderíamos apontar as áreas onde esse acobertamento pode ser mais provável”.
Sherique lembrou que “esse dever de casa também foi encaminhado para todas as coordenadorias”, disse, concordando que o manual terá um efeito muito grande sobre a prevenção ao acobertamento. “Temos que conhecer a quantidade e a qualidade dos nossos profissionais, que ficam com demandas de todas as modalidades. Acredito que não adianta idealizar muita coisa e não tratar da questão política. Os manuais precisam ser operacionais”, declarou o coordenador do Crea-PR, Benedito Alves dos Santos Júnior.
No encerramento das atividades do primeiro dia da reunião, os coordenadores da Engenharia de Segurança do Trabalho participaram de um debate sobre o Ensino a Distância, que contou com a participação do assessor da Comissão de Educação e Atribuição Profissional (Ceap), Fábio Merlo.
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