Engenheiros da IBM fizeram a primeira transmissão de dados sem fios usando um chip de grafeno. Foram apenas três letras transmitidas – foi um bom palpite se você pensou em I, B e M – mas é um marco que mostra que as dificuldades de migrar o grafeno do laboratório para as fábricas podem ser vencidas.
Além disso, é a primeira demonstração prática de que o grafeno pode ser usado em circuitos analógicos, como os transmissores de rádio – embora hoje rebatizados como “comunicação sem fios” ou wireless, Bluetooth e WiFi, entre várias outras tecnologias do mesmo tipo, são transmissores de rádio.
Em 2012, uma equipe italiana já havia construído o primeiro circuito integrado de grafeno a funcionar em condições reais, embora não totalmente adequadas para fabricação em massa.
Um ano antes, a própria IBM havia construído um circuito integrado primordial de grafeno, mas os transistores de grafeno eram danificados tão logo se tentava colocar os outros componentes eletrônicos – resistores, capacitores etc. – necessários para fazer um circuito útil.
Cereja no bolo
Agora os engenheiros decidiram inverter o processo: colocar os demais componentes primeiro, e só então construir os transistores de grafeno. E deu certo. Assim, o protótipo de transmissor de rádio é um circuito híbrido de grafeno e silício – foram usadas pastilhas de silício tipicamente usadas pela indústria -, o que pode ser um caminho alternativo até que se vençam todos os obstáculos para a fabricação de chips de grafeno “puro sangue”.
O chip mede 0,6 mm2 e o circuito de rádio é formado por 4 bobinas, 2 capacitores, 2 resistores e 3 transistores de grafeno.
Como os transistores de grafeno apresentam uma condutividade muito elevada – 10.000 vezes mais do que um transístor tradicional -, é possível transmitir dados usando menos energia.
Efeito Betamax
O que os especialistas estão se perguntando agora é se o feito não veio tarde demais, já que acaba de surgir o fosforeno, um rival do grafeno que é semicondutor, o que significa que ele poderá operar diretamente nos circuitos, sem truques.
Por outro lado, pesa significativamente a favor do grafeno os bilhões de dólares já empenhados nas pesquisas com o material, bem como a construção de diversos laboratórios ao redor do mundo dedicados unicamente à substância.
E, como se sabe, em tecnologia nem sempre vence aquele que é melhor tecnicamente, mas sim aquele que é melhor mercadologicamente.
Texto: do Site Inovação Tecnológica
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